As primeiras moedas que circularam no Brasil foram introduzidas pelos colonizadores portugueses. Antes disso, as transações comerciais eram realizadas por meio do escambo, onde se trocavam mercadorias entre si. A falta de uma moeda formal dificultava o comércio e, por isso, com o tempo, surgiu a necessidade de se estabelecer um meio de troca mais eficaz.
No início do século XVI, com o estabelecimento das feitorias e o avanço da colonização, moedas europeias começaram a circular no território. Dentre elas, destacaram-se os réis portugueses, que se tornaram a moeda de troca mais comum devido à forte influência lusitana na região. Essas moedas refletiam o poder e a cultura do império português, servindo como referência para as transações locais.
No entanto, com o crescimento das atividades comerciais no Brasil, novas moedas foram sendo incorporadas à circulação. Entre os séculos XVI e XVIII, foi comum a circulação de moedas de diversas origens, como as espanholas e holandesas, resultado das interações com comerciantes de diferentes partes do mundo. Isso tornou as transações no Brasil bastante heterogêneas, uma vez que os valores das moedas variavam conforme sua origem e o metal precioso em sua composição.
Durante o período holandês, por exemplo, a Companhia das Índias Ocidentais emitiu florins, que eram utilizados em Pernambuco e em outras regiões sob domínio holandês. Essa introdução de moedas estrangeiras exemplifica a influência de potências de além-mar na estrutura monetária do Brasil colonial, cada uma buscando implantar seu sistema e facilitar suas trocas comerciais.
Com o tempo, a necessidade de uma moeda própria e mais uniforme foi crescendo. No início do século XVIII, a Casa da Moeda do Brasil foi inaugurada, permitindo a cunhagem de moedas no território nacional, o que marcou o início de uma maior independência monetária. A produção de moedas em solo brasileiro significava não só a autonomia em relação à importação de moedas estrangeiras, mas também um passo significativo em direção à consolidação de uma identidade monetária local.
Assim, a história das moedas no Brasil revela não apenas um relato sobre a estrutura de troca, mas também uma narrativa de influências culturais e interações globais que moldaram a forma como o país passou a lidar com suas transações e com o comércio, destacando a transição de um sistema informal para outro mais estruturado e adaptado às necessidades locais.